quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Comidinhas 2

Boa parte do sofrimento do Ramon se deve à intérprete que ele arranjou. Nunca tive paciência para decorar nada na vida. Ai, quando nas aulas de inglês ou de francês chegava na parte de decorarmos os nomes das comidas, a minha mente já começava a se distrair. Decorava alguns na véspera da prova e já esquecia tudo no dia seguinte. O problema é que quando a gente viaja, sente falta do domínio desse tipo de vocabulário para poder escolher bem uma refeição.

Ai, quando chega a hora de almoçarmos, uma parte de mim fica super feliz, pois é o momento que o viajante do deserto bota o camelo para beber água e repousar. Nessas horas eu aproveito para ir ao banheiro, sentar um pouco, comer e descansar. Por outro lado, tenho de me virar para interpretar o cardápio e ainda ajudar o Ramon a escolher o prato dele. Como sou fresca com comida, faço como ele disse: escolho uma massa ou algo bem comum, com margem de erro mínima. O problema é que ele inventa de experimentar e eu não dou conta de interpretar o nome dos pratos. Tem alguns garçons ou garçonetes que ajudam, mas alguns não têm a menor paciência. Ai, quando chegou o tal do tartare, me senti super mal por ter sido responsável pela gororoba que ele teve de engolir.

O pior é que além do prato ser meio nojento, ele disse que a batata frita tinha dormido no óleo e que já estava com saudades das batatas que o meu irmão frita aos domingos lá em casa. Ou seja, não deu nem para encher o bucho com as fritas e deixar carne gosmenta de lado. Comeu tudinho, como a mamãe nos ensina.

Meus pais bem que tentaram me ensinar a comer de tudo, sem frescura, mas não foi dessa vez. Quem sabe em uma outra vida? Além disso, eles insistem muito para que eu coma mais frutas e saladas (para os nosso pais a gente nunca cresce, né?). Ai, como a minha consciência anda bastante pesada, pois desde que chegamos na Europa só tenho comido carboidratos, proteínas e açúcares regados a coca-cola (não necessariamente nessa ordem), resolvi substituir a batata-frita por uma salada na última vez que comemos. Resultado: arrependimento. Resolvi tirar uma foto da tal da salada que eles tiveram o descaramento de me servir, pois eu sei que todo mundo ia pensar que eu estava exagerando. Voilá:


Sim, essa coisa meio verde era a minha salada. Vieram três miolos de alface acompanhados de um molhinho. Alguém no Brasil come miolo de alface e ainda chama isso de salada? Eu pensava que isso era usado para fazer lavagem para dar aos porcos. Putz!

2 comentários:

Rafa Leite disse...

Amiga, esse alface foi um desrespeito a sua pessoa!!!!!!!

Que sacanagem!!!!!!!

Oh saudade da comidinha brasileira, hein???!!!! Rs

Janaína Attie disse...

Ui!!!