sábado, 13 de agosto de 2011

Os guias e a prisão de tapetes

Hoje eu lembrei, com todas as minhas forças, o porquê de termos escolhido viajar por nossa própria conta, sem que uma agência ou um guia nos conduza. Ter alguém te conduzindo é bom, mas isso também é ruim. Eu gosto de liberdade.

Sei que deve existir alguns guias sérios, que só se importem em mostrar pontos turísticos. Mas, sempre que pegamos guias, temos que lidar com profissionais que querem explorar o turista além do que já foi pago.

No Brasil já passamos por isso, mas os guias são mais sutis. Vendem outros pacotes, ingressos para eventos, entre outras coisas. Mas aqui na Turquia, a exploração é evidente e, em alguns momentos, inconveniente. Vem ocorrendo sistematicamente com os guias do interior do país.

Ontem, passamos por uma situação inusitada. Chegamos a cidade de Bergara, para vermos Pérgamo. Tínhamos um guia só para gente e isso foi bom. Ao final, o guia veio com uma conversa de que ajuda o povo da vila a vender tapetes porque eles não sabem falar inglês.

Como a Vania falou no post passado, ele sumiu com o motorista e ficou nos chamando para dentro da casa. Percebemos que se não entrássemos, o motorista não apareceria. Entramos e percebemos que a profissão dele não é de guia, e sim de vendedor. As pessoas que ele ajuda formam uma fábrica grande com mais de 5.000 tapetes. Ou seja, ele não ajuda ninguém, a não ser o seu próprio bolso. Pilantra. Detalhe, a gente entra na loja e eles fecham a porta. É quase que uma coação.

Hoje outra pilantragem. Em vez de vermos os locais com mais calma, o guia, se é que podemos chamá-lo assim, nos levou para duas vendas, somente para ganhar a sua tão desejada comissão. É claro, a ultima se tratava de uma loja de tapetes no meio do nada. E foi o mesmo procedimento, as pessoas entram, a loja é trancada e é um Deus nos acuda para conseguir sair. Como estávamos vacinados, não entramos em nenhuma. Mas quem saia vinha até meio que sem fôlego, porque teve que fugir da prisão dos tapetes.

Em resumo, o guia impresso que trouxemos pedia para se ter paciência com os vendedores de tapetes. Ele estava com a razão. Já estamos vacinados. Mas com os guias que teremos até o final da viagem, ainda não sei. Estou doido para dar um pé neles.

Quem nasce solto, jamais gostará de sentir preso.

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