quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Palácio de Dolmabahce

Este palácio foi construído em 1856, quando o sultanato já estava decadente (67 anos antes da proclamação da república na Turquia). Quando a Vaninha ouviu isso, imaginou que iríamos visitar um prédio de decoração austera e simples, até porque ele só tem dois andares. Ledo engano. Como eu disse a ela, mesmo sendo decadente, era um sultanato. Ou seja, tudo de cair o queixo e disputando lado a lado com Versailles em termos de luxo e ostentação.

O palácio é dividido em duas partes: a oficial e o harém. Começamos pela parte oficial. Essa foi toda planejada para ser simétrica. Assim, em cada parte que é visualizada sabe-se que existe outra igual. Impressionam o requinte e a perfeição dos acabamentos. Toda a área era destinada à administração do sultanato. Alguns pontos merecem destaque: a simetria, a escada central para o segundo andar que possui os suportes do corrimão feitos em cristais da Bavária, a sala em que os embaixadores eram recebidos e os lustres, esses sim os maiores destaques. Esse palácio detém uma das maiores coleções de lustres de cristais da Bavária e de Baccarat do mundo.

Na segunda parte da visita fomos até um certo ponto do harém. Lá, contrariamente ao que escutamos falar, não era apenas o lugar das esposas do rei. Era, sim, onde o sultão tinha a sua vida familiar. Nesse local a decoração era mais simples. Mas, mesmo assim tínhamos banheiros em mármores que eu nunca tinha visto, além, é claro, de ser imenso.

Mas, a melhor parte estava no final. O palácio possui um salão de festas que é uma das coisas mais belas que vimos na viagem. Ao todo são mais de 2000 metros quadrados, ricamente decorados, mais dourado que o tesouro do Ali-Babá. As pinturas do teto provocam efeitos tridimensionais, que o fazem parecer ainda maior. Além disso, são 55 colunas no estilo grego e um lustre que é considerado o mais pesado do mundo, com 4,5 toneladas de cristais (presente da Rainha Vitória, do Reino Unido) e 750 lâmpadas.

Para se ter uma ideia da dimensão surreal do salão, ele possui um sistema de aquecimento (sim, a Turquia no inverno pode chegar a temperaturas próximas do zero) avançado para o século XIX. Abaixo do enorme salão existem caldeiras que aquecem a água e essa se transforma em vapor que sai pelas bases das 55 colunas do salão. Detalhe: eram necessários três dias para que o salão esquentasse. Ou seja, o aquecimento era ligado com bastante antecedência.

Por fim, saímos e pudemos observar a riqueza de detalhes na ornamentação do palácio. Ele foi o primeiro prédio em estilo europeu na Turquia e foram gastos quatorze toneladas de ouro para ornamentar os seus tetos.


2 comentários:

Rafa Leite disse...

Estou impressionada com a riqueza de detalhes desse palácio.

E eu fiquei realmente arrepiada com o seu relato, Ramon.

Esse lugar estará no meu roteiro com certeza!

Rafa Leite disse...

Ah... esqueci de comentar: lindas fotos!!!!