sábado, 6 de agosto de 2011

You're saved!

O uso da internet aqui em Berlim está um pouco mais complicado e, por isso, apesar de termos chegado aqui na quarta, só agora estamos dando notícias da terra da cerveja. Aliás, o uso do cartão de crédito ou de débito também é bastante difícil por aqui. Pouquíssimos estabelecimentos aceitam cartão, a maioria só trabalha com dinheiro. Na minha cabeça, quanto mais desenvolvido um país, maior o uso de cartões, que considero muito práticos. Contudo, não é assim que as coisas funcionam por aqui. Todo mundo com dindim no bolso e com cara feia quando a gente apresenta um cartão na hora do pagamento.

Na sexta, fomos conhecer o Museu da História de Berlim, um espaço multimídia com um projeto muito interessante de visita interativa que prende a nossa atenção durante as duas horas e meia que passamos por lá. No subsolo do térreo fica um bunker construído em 1974 para proteger os berlinenses no caso de um ataque nuclear. Com capacidade para 3.500 pessoas, o local nos faz pensar em toda a tecnologia que o homem desenvolve para se proteger de si mesmo.















Em seguida, partimos para o Checkpoint Charlie, um museu que retrata os apertos que os moradores da Berlim Oriental enfrentavam no dia a dia da cidade sitiada pelos soviéticos. O Checkpoint Charlie foi, de 1961 a 1989, o único ponto de passagem de estrangeiros entre as duas Berlins divididas. O posto não existe mais, há apenas uma réplica e um museu que retrata a história do muro e das pessoas que tentavam escapar por ele.

As tentativas de fuga contavam com planos mirabolantes e há o registro de várias pessoas que conseguiram ultrapassar as barreiras do Muro escondidas nos mais estranhos esconderijos. Teve até um que construiu um pequeno ultraleve para sobrevoar o muro. Mas os casos de sucesso não suplantam todo o sofrimento das famílias que sofriam os abusos de uma ditadura tão cruel. Muitos pais que tentavam fugir eram punidos tendo os seus filhos sendo doados para adoção por outras famílias que apoiavam o regime comunista. Dá para imaginar o sofrimento?

 


Aliás, Berlim é uma cidade que registra a dor em suas avenidas e esquinas. Após os horrores da guerra, a população teve de lidar com uma separação arbitrária, que dividiu famílias e amigos e impôs àqueles que viviam no lado oriental da cidade uma vida de opressão, perseguição e vigilância.
Mas o Checkpoint Charlie também é um local de esperança, pois era o ponto da resistência alemã que recebia os fugitivos de Berlim  Oriental. Formou-se uma corrente de solidariedade com um propósito firme de ajudar àqueles que precisavam de auxílio. No museu há um bonito relato de um soldado americano que trabalhava no lado ocidental da fronteira que fala da alegria que ele sentia quando ele recebia um  fugitivo e podia dizer que ficasse tranqüilo, pois agora ele estava salvo.

No final da tarde, seguimos para o Brandenburger Tor, símbolo da cidade de Berlim, construído em 1788. Por acaso, passamos por um memorial em homenagem aos judeus mortos pelos nazistas: um campo repleto de blocos pretos de diversos tamanhos que transmitem a ideia de um cemitério judeu.


Para encerrar, passeamos pela Topografia do Terror, um museu a céu aberto que fica ao lado de um vestígio do Muro e que conta a história de Berlim de 1920 a 1990, por meio de fotografias.



3 comentários:

Rafa Leite disse...

Quero muito conhecer Berlim. Aliás, quero fazer esse roteiro de vocês! Rs

Rafa Leite disse...

Você combinaram de ir de preto esse dia? Rs

Amiga, adorei a roupa! Super estilosa!

Beijos

Vania disse...

A escolha do figurino está relacionada com a disponibilidade de lavanderia por perto....rs